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  • fran7863

Como será o amanhã?


Ontem fui procurado por um de nossos clientes corporativos, o qual trouxe exatamente este questionamento no título do e-mail e uma enorme e justa preocupação com o futuro dos ambientes da empresa, com as novas formas de trabalho, com a segurança dos colaboradores, dentre outros elementos.

As dúvidas e reflexões dele são muito pertinentes.

Estou há alguns dias para escrever sobre este tema e noites atrás eu acordei de madrugada com os pensamentos e reflexões que me intrigam sobre estas questões.

Tenho ouvido de vários gestores, diretores, CEOs, CFOs, etc… uma grande preocupação quanto ao que fazer com os ambientes de trabalho que ao longo dos anos sofreram diversas mudanças por conta do desenvolvimento da era digital, a qual já teve foco na aparência, depois nas tecnologias disruptivas que expandiram a produtividade e por fim, em diversos graus distintos, o aumento do foco no ser humano, no colaborador.

Dentre as mudanças físicas, presenciei ao longo dos anos, muitos dos casos e vi principalmente dois fatores:

- aumento significativo do número de postos de trabalho para atender as crescentes demandas de trabalho das empresas que ofereciam soluções inovadoras e eram competitivas;

- consequente redução das áreas individuais.

Depois com a baixa oferta capital humano/intelectual iniciou-se uma forte disputa por profissionais, os quais se tornaram cada vez mais exigentes, e de certa forma demandaram algumas ações por parte das empresas:

- ampliação e criação de espaços compartilhados, áreas de integração, convivência, descompressão, etc;

- geração de mais e mais oferta de amenidades aos colaboradores (academia, espaço de jogos, "piscina de bolinhas”, escorregador, puffes, comida livre, chopp em determinados dias, flexibilização dos trajes, etc); 

Houve também um aumento significativo de salários dos profissionais de TICs, mesmo para os recém formados, em detrimento de outras áreas mais tradicionais, ou de “suporte”;

Os setores de RH cada vez ficaram mais preocupados em Atrair e Reter talentos.

Então veio a pandemia e os “playgrounds” corporativos ficaram desertos, as piscinas de bolinhas não tem mais quem pule nelas e os escorregadores criaram poeira.

As queixas de baixa produtividade crescem em vários setores corporativos, e indubitavelmente, a inovação perde com a falta de interação presencial, entre as pessoas de diferentes áreas de conhecimento/atividade/forma de pensar.

Assim como as cidades precisam de mix de usos para promover as dinâmicas sociais fundamentais à criatividade e ao desenvolvimento, e à própria saúde mental e emocional humana, as empresas e principalmente as de inovação necessitam da troca de informações, conhecimento e sinapses que só ocorrem presencialmente. 

Nunca uma reunião de brainstorming virtual terá a mesma eficiência de uma reunião presencial. São inúmeros os fatores que comprometem a complementariedade de argumentos e construção de raciocínio na busca de soluções inovadoras e criativas: seja o cachorro que late ao fundo, a criança que chora, a esposa ou o marido que pergunta algo, a campainha que toca, o aspirador de pó da faxineira que tem que realizar suas atividades naquele dia e horário da reunião online, a queda da conexão da internet, etc.

Sendo assim, aqueles que investiram muitos recursos financeiros para atrair e reter talentos, agora sentem-se em grande parte “traídos”, por aqueles que trocaram as tão desejadas amenidades corporativas pelo tempo extra ganho por não pegar trânsito, por economizar combustível, por almoçar em casa, por ter mais tempo com a família, etc.

Argumentam que o ganho de qualidade de vida amplia a produtividade e estimula a dedicarem-se mais.

Infelizmente em algum momento, próximo ou remoto, as contas chegarão. 

Seja na perda da qualidade produtiva, por conta de falhas de comunicação, por falta de experiência dos gerentes de projeto em lidar com a gestão remota de pessoas e atividades, seja pela falta das relações sociais extra familiares, fundamentais para a saúde emocional dos colaboradores, uma vez que somos também profissionais além de pais, mães, irmãos, filhos, amigos, etc, e cada um destes nossos perfis sociológicos precisa ser plenamente desenvolvido para que nossa saúde emocional se mantenha estável.

Como então lidar com estas mudanças sem oferecer riscos à saúde dos colaboradores, mas também não permitir que a empresa pague sozinha a conta pela perda da competitividade? Como fazer com que todos cresçam, mantenham o equilíbrio e o desenvolvimento profissional?

Há várias formas de lidar com isso, e uma delas passa pelo comprometimento de ambas as partes, e não apenas uma delas. Tanto o empresário quanto os colaboradores devem ceder e ser flexíveis diante da nova realidade.

O equilíbrio entre o home office e as atividades presenciais na empresa deve ser uma delas, respeitando principalmente a característica e necessidade de cada tipo de função exercida. Algumas delas exigem mais presença corporativa que outras, e os profissionais de verdade reconhecem seu papel e a importância e necessidade de sua presença na empresa. 

Neste sentido, a nova realidade impactará, ao meu ver, na forma de contratar e reter pessoas. O comprometimento deverá ter nova dimensão na seleção de talentos.

E o que fazer com os espaços outrora ocupados pelos inúmeros colaboradores presenciais?

As respostas para isso são diversas e as abordagens variam caso a caso, de acordo com o ramo de atividade e as necessidades de uso e a dimensão das áreas disponíveis.

Muitos dos argumentos que impediam a viabilização de espaços de trabalho flexíveis caem por terra, (afinal agora sobra espaço) assim como a “desculpa” de muitos colaboradores que se mostravam inflexíveis em compartilhar seus postos de trabalho. Hoje em dia, muitos deles alegam ser mais produtivos inclusive, trabalhando entre o caos caseiro, com mobiliário e ambientes muitas vezes nada ergonômicos. Fato este que inclusive também tem gerado preocupação entre os gestores, pois como fica neste contexto o tema das patologias causadas por trabalho em casa? Uma LER em home office é culpa da empresa?

São temas e questionamentos complexos, mas que exigem uma reflexão.

Torna-se fundamental a aplicação de uma metodologia que já nos servia antes da pandemia, mas que nem todos aplicam.

A compreensão, estratificação e dimensionamento das distintas formas de trabalho dentro de cada empresa ao longo do dia pelos seus colaboradores (foco, colaborativo - intermitente ou eventual, reuniões, etc).

Uma vez compreendido e dimensionado, busca-se a criação de ambientes mais adaptados para as distintas formas de trabalho, aos quais os colaboradores, de modo flexível, se deslocariam para melhor desenvolver suas tarefas ao longo do dia, aumentando a produtividade e reduzindo as interferências prejudiciais aos colegas em atividades conflitantes.

Aos gestores, cabe organizar seus times e atividades, visando promover as reuniões presenciais quando fundamentais, assim como certas atividades de foco em ambiente corporativo, na busca de um equilíbrio mínimo à saúde de todos, inclusive corporativa.

Há outras reflexões sobre a flexibilidade de espaços em empresas que estejam implantadas em mais de uma edificação, promovendo a oferta destes novos ambientes em uma espécie de rede, a qual permitiria a busca por espaços mais próximos dos lares dos seus colaboradores, minimizando o impacto e os custos da mobilidade (combustível, tempo, trânsito, etc).

Esta rede poderia inclusive ser viabilizada entre empresas parceiras, as quais receberiam colaboradores de outras empresas, o que de certa forma ajudaria a oxigenar o ambiente criativo.

Mas isso já é um tema para outra postagem. Nem todos estão preparados para isso ainda.

Caso desejem nosso apoio para migrarem para estes novos modelos de ambientes de trabalho, caso busquem apoio na transformação de suas empresas, nos procurem.

Sabemos como fazê-lo.

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