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  • fran7863

O amanhã dos ambientes corporativos

Arq. E Urb. Francisco Silveira (Espaço e Criação Arquitetura e Urbanismo)





Permanecem os questionamentos e as reflexões sobre como será o amanhã dos ambientes corporativos.

Minhas reflexões se baseiam em informações colhidas junto a gestores de pessoas, empresários e colaboradores de diversas empresas, principalmente na área de inovação, e a partir destes depoimentos formais ou informais, agreguei minha visão e minha experiência trabalhando há cerca de 20 anos em projetos de parques e ambientes de inovação.


Foram muitos anos trabalhando de forma colaborativa com pessoa formidáveis, das mais diversas áreas do conhecimento, das quatro hélices que são a base da inovação (governo, empresas, academia e sociedade), e na grande maioria das vezes, pessoas com fortíssimo espírito criativo e empreendedor.

Minha formação em arquitetura e urbanismo, obviamente tende a buscar inicialmente os aspectos ambientais que impactam no processo criativo e de inovação. Mas é impossível gerar projetos de qualidade, sejam eles urbanos ou arquitetônicos, sem levar em consideração uma gama de outros elementos que compõem, ou em algum grau interagem e interferem na qualidade dos ambientes construídos.

Foi assim que criamos nossa mandala, a qual orienta nossos projetos.

Mas qual a relação dela com o amanhã dos ambientes corporativos?


Minhas maiores reflexões passam por um dos elementos da nossa mandala, que corresponde aos aspectos sociais, psicológicos e fisiológicos.




(Detalhamento conceitual da mandala de projetos. E&C)

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Creio que um dos maiores desafios das empresas no novo contexto, que acredito que nunca mais voltará a ser o que já foi antes, será o de estabelecer ou restabelecer laços significativos entre os colaboradores e as crenças e valores e a missão das empresas, para então fortalecer o engajamento.

O home office veio para ficar, independente da escala que será adotada por cada empresa em suas diferentes áreas (P&D – software e hardware, administrativo/financeiro, jurídico, gestão, RH, entre outras), e é consenso que a produtividade vem caindo em vários setores das empresas e principalmente naqueles que exigem a cooperação entre diferentes áreas para gerar soluções e produtos criativos.

Um dos maiores problemas enfrentados pelas empresas da área de inovação é a falta de mão de obra qualificada. Muitas vezes o currículo dos profissionais (em geral jovens) permeia grandes empresas e a experiência prática em solução de problemas e geração de produtos não se mostra igualmente grandiosa. Ainda assim, o mercado tem se obrigado a lutar entre si por capital intelectual.

Como reter talentos que antes já possuíam um alto grau de desprendimento com suas empresas, exigiam altos salários e uma lista enorme de “exigências” que não ficavam tangíveis nas expectativas do currículo, mas que incluíam atrativos de caráter ambiental nas empresas, como os mais diversos espaços de descompressão, locais divertidos, lúdicos, etc.

Agora, em casa, longe do ambiente corporativo, da atmosfera empreendedora, da convivência e interação direta com os colegas, da imagem e das crenças e valores da empresa pairando as 8h diárias, tudo fica mais volátil, volúvel e vulnerável.


Pesquisas realizadas nos Estados Unidos e no Reino unido nos meses de julho e agosto deste ano, em meio à pandemia, envolvendo milhares de colaboradores de empresas da área de tecnologia e inovação, apontaram um interesse da maior parte dos entrevistados em trabalharem de forma híbrida, variando entre 2 a 3 dias por semana na empresa e os demais em casa.

Ao meu ver, cabe às empresas investirem mais nas pessoas para que se sintam realmente seduzidos a voltarem, mesmo na forma híbrida. Não somente voltarem, mas permanecerem engajados e fiéis às suas empresas.

Assim como em nossos relacionamentos pessoais, precisamos perceber que o outro lado se importa conosco, não apenas nos oferecendo “presentinhos”.

Nas empresas é necessário demonstrar real preocupação com os seus colaboradores, mais do que oferecendo ambientes lúdicos e etc. E no momento presente, as maiores preocupações devem passar pela saúde física e emocional dos colaboradores, sendo o aumento da produtividade e o engajamento uma consequência do bem-estar conquistado.


Neste sentido, minha abordagem recomenda (além de todos os protocolos de segurança contra Covid) a oferta de novos espaços que além de atraentes, permitam o desempenho das distintas formas de trabalho e interação entre os profissionais, tenham o mínimo de cara de empresa, mas agreguem elementos que remetam à ambiência do lar.

Desta forma, quando estiverem em casa, carregarão consigo o espírito do trabalho na empresa, e quando na empresa, terão conforto, foco, mas sem perder a relação com o aconchego do lar. Estes espaços rotativos, por sistema de agendamento, podem atender a aqueles que em tempo integral nas empresas, muitas vezes por falta de opção de suas atividades, para que também desfrutem de modos distintos de realizar suas atividades.

Este tipo de abordagem deve estar associado a iniciativas que promovam o bem estar e a saúde emocional dos colaboradores, e eu recomendo a oferta de aulas de meditação no próprio ambiente de trabalho, técnicas de respiração, relaxamento, além de auxílio psicológico aos que precisarem ou desejarem.

São muitas as formas de demonstrar empatia aos problemas e dificuldades que a pandemia trouxe. Citei apenas alguns deles e algumas formas de atuar no ambiente físico.


Cada empresa tem suas características , dificuldades e demandas próprias, e cada caso deve ser avaliado e dimensionado de modo independente.

Mas é unânime ao meu ver, que atrair, reter e engajar talentos, exige cada vez mais uma abordagem que envolva mais aspectos emocionais da nossa mandala, seja de modo físico ou por meio de iniciativas e programas que promovam o bem estar.


Que tal se ajudássemos a encontrar seu novo modelo de ambiente corporativo?


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